O poder do perdão em um relacionamento vai muito além da decisão de “esquecer velhas feridas”, ou apenas decidir perdoar conscientemente.
O perdão em um relacionamento não é apenas um ato simbólico ou um gesto de boa vontade — ele é, na verdade, um processo profundo de cura emocional. Quando perdoamos de verdade, não estamos apenas “esquecendo” algo que nos machucou; estamos escolhendo nossas emoções e seguindo realmente em frente sem carregar o peso da mágoa do momento em diante. Perdoar não significa aceitar comportamentos tóxicos ou invalidar a dor, mas sim liberar o vínculo emocional que nos prende ao sofrimento. Em um relacionamento, essa prática pode transformar mágoas em reconexão, fortalecer laços e abrir espaço para o crescimento de ambos. O perdão, quando genuíno e no inconsciente, tem o poder de restaurar a confiança e reconstruir o amor.
Ultimamente, as relações têm se tornado cada vez mais superficiais e curtas. Entretanto, o ato de perdoar é um dos pilares para que elas sejam duradouras.
Renato e Cristiane Cardoso explicam que o perdão não é para a outra pessoa. Mas para você e que muitos têm dificuldade de entender esse processo. No final das contas, manter a mágoa é como se você estivesse tomando um veneno esperando que o outro morresse.
Por isso, neste artigo vamos conversar sobre o poder do perdão em um relacionamento. Vale lembrar que passamos por isso nas relações, conjugais, familiares e de amizade. Ou seja, vamos ter um aprendizado para todas as esferas da vida. Vale ressaltar que a maioria dos problemas emocionais das pessoas que atendo vêm em decorrência das mágoas dessas relações, principalmente de Pai e Mãe. Vem comigo!
Leia também O filme Soul da Pixar e o problema da Felicidade
Afinal, o que significa perdoar?
Antes de pensarmos no poder do perdão em um relacionamento, é preciso fazer uma diferenciação entre o perdoar e o desculpar.
O filósofo Mario Sérgio Cortella coloca que o perdão é muito mais intenso. A desculpa tira a culpa, mas não a responsabilidade. Errar não é obrigatório, mas uma possibilidade.
Ou seja, quando perdoamos não apenas damos uma segunda chance, mas fazemos um trato de “esquecer” de verdade o que houve. Perdoar não é sobre concordar ou querer confiar a relação com a pessoa, se trata de entender o próximo através do coração, de forma genuína, o que é praticamente impossível.l, já que você não será capaz de observar o mundo em sua ótica nem sentir suas emoções.
Contudo, essa ação também é uma forma de abrirmos mão do próprio orgulho e poder gerar paz. O perdão não sai apenas de nós para o outro, mas diz respeito a nós mesmos.
O perdão é um caminho de duas vias, mas a principal delas começa dentro de nós. Muitas vezes, imaginamos que perdoar é algo que fazemos pelo outro — e até pode parecer assim à primeira vista. No entanto, o verdadeiro poder do perdão está em libertar a si mesmo do fardo emocional que carregamos. Guardar ressentimento, mágoa ou raiva é como manter uma ferida aberta, que segue doendo e influenciando nossas atitudes, emoções e até nossa saúde.
A primeira via, então, é interna: perdoamos para aliviar o próprio coração, para deixar de reviver a dor e dar espaço para a paz. A segunda via, tão importante quanto, é a empatia genuína — a capacidade de tentar compreender o que levou o outro ao erro. Isso não significa justificar comportamentos, mas enxergar a humanidade do outro, com suas falhas e limitações. Quando essas duas vias se unem — o autocuidado e a empatia — o perdão se torna verdadeiro e libertador.
O poder do perdão no relacionamento: qual a importância
Muitas vezes, acreditamos que perdoar é o mesmo que dar permissão para que o outro repita o erro. E, em certo sentido, esse medo tem fundamento — afinal, quando não estabelecemos limites claros, existe o risco de cairmos em ciclos repetitivos de dor. No entanto, o que realmente impede que o outro continue nos ferindo não é a falta de perdão, mas sim o autoamor.
Perdoar não significa esquecer, fingir que nada aconteceu ou se submeter novamente à mesma situação. Significa libertar-se da dor e do peso emocional que aquela experiência causou. O que vai evitar que o erro se repita é o quanto você se valoriza, o quanto está disposto(a) a se respeitar e a estabelecer limites saudáveis. Autoamor é o que define até onde o outro pode ir.
Portanto, perdoar é um ato de força, não de fraqueza. E quando vem acompanhado de amor-próprio, ele transforma — não só o relacionamento com o outro, mas, principalmente, o relacionamento que você tem consigo mesmo.
A psicanalista Maria Godoy Fonseca explica que nos envolvimentos sempre acontecem trocas. Cada pessoa tem seu universo particular, sua individualidade e características. E é isso que baliza cada troca e interação que é feita com o outro.
Ainda assim, como discursa o filósofo Zygmunt Bauman, vivemos um tempo de amores líquidos, que são cada vez mais descartáveis e menos constantes.
Isso, como interpõe a psicanalista, faz com que “as pessoas andem irritadiças, sem paciência, trocando mais torrões do que flores. Mas, independentemente das trocas, elas terão sempre influências umas sobre as outras diante das relações humanas”.
Muitas pessoas gostam de lembrar de casamentos de 20, 30 ou 50 anos, mas esquecem que a base para essa continuidade é o perdão.
Parece clichê, mas como humanos estamos fadados ao erro. Assim, não podemos anular o outro nos primeiros percalços, mas abrir espaço para o diálogo, entender os diferentes pontos de vista e inclusive entender as falhas emocionais e padrões de comportamentos danosos do outro.
Fuja da visão de “melhor e pior”
Sob uma ótica zen busdista, a Monja Coen coloca que quando estamos em situação de “darmos uma segunda chance” não podemos encarar isso sob a visão de “quem é melhor ou pior”.
Estamos todos em um processo de aprendizado, o que significa que eu não possuo as ferramentas para julgar o outro como perdoado ou não. O que podemos fazer é criar um espaço de abertura para que ambos aprendamos com o ato falho.
Segundo as palavras da Monja: “trabalhamos com compaixão. Eu compreendo você com sua paixão, com seu sofrimento, com a sua dor. Por isso, como eu me identifico com, através da identificação. Eu quero o seu bem.”
Comunicação como base
Não podemos esquecer que a comunicação é a base de qualquer relação saudável. Muitas vezes, conflitos e mágoas surgem não por intenções negativas, mas por mal-entendidos e falta de clareza nas trocas diárias.
Por isso, é essencial criar espaços onde seja possível expressar de forma aberta e respeitosa seus sentimentos, necessidades e expectativas. Uma prática útil nesse sentido é “fazer tratos” com as pessoas ao seu redor — deixar claro, com empatia, quais são seus limites, o que você espera da relação e o que considera aceitável ou não.
Essa atitude não só previne desgastes emocionais, como também fortalece vínculos, reduz o estresse e aumenta as chances de viver bons momentos com mais leveza e conexão.
Além disso, uma comunicação clara e sincera ajuda a construir confiança. Quando as pessoas sabem o que esperar umas das outras, é mais fácil evitar frustrações e ressentimentos. Muitas vezes, problemas podem ser resolvidos apenas conversando e entendendo o ponto de vista do outro, sem julgamentos ou acusações.
É importante também praticar a escuta ativa, ou seja, ouvir com atenção e empatia, sem interromper ou pensar apenas na resposta. Isso demonstra respeito e valoriza a opinião do outro, fortalecendo ainda mais a relação.
Por fim, lembre-se de que a comunicação não é apenas sobre o que dizemos, mas também sobre como dizemos. A maneira como expressamos nossos pensamentos e sentimentos — com calma, clareza e respeito — faz toda a diferença para que a mensagem seja recebida da forma correta e o relacionamento se desenvolva de maneira saudável e equilibrada.
Perdão é sinônimo de empatia
O poder do perdão em um relacionamento também tem a ver com nosso grau de empatia para com o outro. Isto porque há inúmeros fatores que podem causar a falha em uma relação:
- Imaturidade em relações amorosas.
- Problemas e traumas durante a infância.
- Dificuldades em expressar sentimentos.
- Excesso de cobrança no trabalho.
- Falta de inteligência emocional.
Assim, quando damos um voto de confiança e nos colocamos no lugar do outro criamos pontes para um casamento, uma amizade e uma relação familiar melhor. Afinal, você é resultado da sua história de vida e de suas programações que muitas vezes são inconscientes e não sabe que as tem.
Na próxima vez que tiver uma situação de crise, uma dica útil é: entender o percurso que levou o outro ao erro mas sem buscar justificativas. Mas como? E aí que a empatia entra novamente no jogo. Entender que há um processo emocional e não racional que irá justificar aquele comportamento. Claro que isso não vai diminuir as marcas deixadas por si so, mas colabora para que seja construído um futuro melhor entre os dois e posteriormente durante um processo terapêutico, permitir que esse perdão seja efetivado a nível inconsciente, o que não acontece quando simplesmente temos a intenção de perdoar.
A empatia, nesse contexto, não é um passe livre para justificar erros ou eximir alguém das consequências de suas atitudes. Ela também não significa conivência, nem que a pessoa ferida deva aceitar comportamentos que a machucaram. O verdadeiro papel da empatia é facilitar o processo interno de cura, oferecendo uma forma mais humana e compreensiva de lidar com a dor.
Colocar-se no lugar do outro ajuda a entender que todos somos falhos, todos estamos tentando lidar com nossas próprias inseguranças, traumas e limitações — e isso não significa que devamos aceitar tudo passivamente.
Por exemplo, em um caso de traição, o perdão não está ligado a esquecer ou aceitar o que aconteceu, mas sim a libertar-se do peso da mágoa. Você pode dizer: “Eu entendo que meu parceiro, ao me trair, estava tentando lidar com sua insegurança ou baixa autoestima, mas isso não significa que concordo ou que preciso continuar ao lado dele.”
A empatia é um suporte para o coração, não uma autorização para o outro continuar machucando. Ela ajuda a colocar limites saudáveis, a seguir em frente com mais leveza e a não se deixar consumir por ressentimentos — especialmente em situações futuras, onde pequenos erros poderiam trazer gatilhos desnecessários.
No fim, perdoar é sobre libertar-se, e a empatia é uma das ferramentas mais poderosas nesse processo. Ela transforma feridas em aprendizados, e mágoas em autoconhecimento.
O autoperdão
O autoperdão é, muitas vezes, um dos passos mais difíceis no processo de cura emocional. Isso porque, ao contrário de perdoar o outro, ele exige que enfrentemos a nós mesmos com honestidade, acolhimento e compaixão — três atitudes que nem sempre conseguimos aplicar quando estamos sob o peso da culpa ou do arrependimento.
Errar faz parte da condição humana. Todos nós já tomamos decisões que hoje faríamos diferente, agimos por impulso, medo ou ignorância. No entanto, quando não conseguimos nos perdoar, ficamos presos em um ciclo de autossabotagem, vergonha e autocrítica, que afeta diretamente nossa autoestima, nossos relacionamentos e até mesmo nossa saúde física.
O que é, afinal, se perdoar?
Autoperdão é reconhecer que erramos, sim, mas que não somos definidos por esse erro. É entender que nossas ações passadas foram feitas com o nível de consciência e maturidade que tínhamos naquele momento. Isso não significa ignorar ou minimizar os impactos do que fizemos, mas sim assumir a responsabilidade sem carregar o peso da autodepreciação.
Por que é tão importante?
Sem o autoperdão, ficamos paralisados. É como dirigir olhando apenas para o retrovisor — não conseguimos seguir em frente, porque estamos fixados no passado. Quando nos perdoamos, abrimos espaço para recomeçar, para evoluir e para nos tratarmos com mais gentileza. Isso também nos torna mais compreensivos com os erros alheios.
O perdão e a hipnoterapia
ipnose é uma forma segura e natural de acessar o nosso inconsciente — sem remédios, sem truques, apenas com o poder da mente e da permissão. Para que a hipnose aconteça, basta que a pessoa esteja disposta a seguir as orientações do terapeuta. Não há perda de controle ou manipulação: a hipnose só acontece se a pessoa permitir. Ela permanece consciente, porém em um estado profundo de foco e receptividade.
Em meus atendimentos, após explicar cuidadosamente o conceito de perdão e sua importância, conduzimos a pessoa ao estado hipnótico para acessar memórias e conteúdos emocionais ligados tanto a si mesma quanto às relações com outras pessoas. Esse é um momento poderoso, pois conseguimos chegar na raiz das dores emocionais, muitas vezes escondidas ou mal compreendidas pela mente consciente.
Costumo incluir, dentro desse processo, o perdão aos pais — pai e mãe —, pois é comum que muitas das nossas questões emocionais tenham origem nesse vínculo primário. Ao estar em transe, a pessoa consegue se conectar de forma mais profunda com suas emoções, conversar com elas e, principalmente, ressignificar o que antes gerava dor, culpa ou mágoa.
Essa conversa interna — com sentimentos, imagens e experiências — permite um alívio real e transformador. É nesse espaço que ocorre o verdadeiro processo de cura emocional: silencioso, respeitoso e profundamente libertador.
O perdão, guiado pela hipnose, se torna uma ferramenta poderosa de libertação emocional. Ao acessar o inconsciente, conseguimos curar feridas antigas e seguir mais leves. É um passo essencial para transformar sua relação consigo mesmo e com os outros.
Se você sente que é o seu momento de perdoar de verdade, fale comigo, será um prazer em te explicar tudo a respeito da hipnose, ou se quiser temos muitos outros artigos explicando detalhadamente o que é hipnose.
Logo mais abaixo aqui no site, você vai encontrar um presente especial: uma autohipnose gratuita, para que você possa experimentar na prática como essa técnica funciona e sentir seus benefícios.
Além disso, também estou disponibilizando um eBook gratuito chamado Ansiedade Controlada — nele, você vai entender melhor a relação entre hipnose e ansiedade, com explicações simples, dicas valiosas e caminhos reais para lidar com esse desafio de forma mais leve e consciente.
Você merece viver leve, em paz e com plenitude. Vamos juntos?